operários em relação à comunidade, a gestão de stakeholders era intensa: cada diretor com seus objetivos, todos acompanhando de perto o desenvolvimento, mas nem sempre conseguindo visualizar, no dia a dia da obra, o produto final que esperavam. Apesar da pressão e das expectativas, os desafios foram escalonados e não geraram situações mais complexas do que pudemos absorver, um raro privilégio no segmento da construção civil.
Lidar com múltiplos anseios, compreender a influência de cada parte interessada, incorporar os requisitos ao escopo e ter uma boa comunicação, capaz de engajar os envolvidos e mitigar os riscos, constituíam apenas parte das nossas metas. A outra parte era cumprir os prazos para fidelizar o cliente, zelar pela qualidade para evitar chamados de assistência e controlar rigorosamente os custos, de modo a garantir a sobrevivência da empresa.
O tripé prazo, custo e qualidade norteava intuitivamente nossas decisões, mesmo antes de conhecermos o PMI® e de termos contato com métodos de Gestão de Projetos. Sentíamos que uma falha em qualquer um deles impactaria inevitavelmente os outros dois. A Teoria da Restrição Tripla, que na época ignorávamos por completo, era aplicada por instinto.
A gestão de stakeholders aprendida na escola da vida e a importância da técnica, que o contato com os clientes reforçava todos os dias, motivaram o aperfeiçoamento formal: menos de dois anos após ser fundada, a Iben começou a obter as certificações ABNT NBR ISO 9001, ABNT NBR ISO 14001 e ISO 45001, enquanto os sócios buscaram uma segunda graduação, um MBA e um pós-MBA em Gestão Avançada de Projetos. O aspecto científico da gestão fez pleno sentido para o negócio. O ápice da diferenciação foi nos tornarmos RCP do PMI, os únicos do setor no país durante toda a duração do programa. Passamos cinco anos frequentando congressos internacionais, estudando e nos aprofundando. Agradecemos o elogio todas as vezes que nos chamaram de “nerds”. Era fácil inovar, testar, ajustar e manter ou descartar, pois sempre fomos ágeis. O ambiente democrático do PMI permitiu que compartilhássemos as lições aprendidas, publicamos o primeiro livro, Controle de projetos com métricas: não deixe que seu projeto vire uma melancia atômica, e tudo isso contribuiu para nos diferenciar.